quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Proposta de homenagem a Bolsonaro gera polêmica na Itália

Presidente pode receber título de cidadão honorário de vilarejo italiano onde nasceu seu bisavô. Mas políticos locais, religiosos e ativistas condenam honraria.

Por Octavio Neto

Fonte: G1.com

Em24/10/2021


A câmara de vereadores de uma pequena cidade no norte da Itália deverá votar nesta segunda-feira (25) uma proposta para conceder o título de cidadão honorário ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

 A homenagem, porém, gerou polêmica e declarações de indignação por parte de políticos locais, ativistas e até grupos religiosos, num momento em que o líder brasileiro é acusado de crimes contra a humanidade e outros delitos pela CPI da Pandemia no Senado.

 

A ideia de conceder o título a Bolsonaro partiu de Alessandra Buoso, prefeita de Anguillara Veneta, um pequeno município de apenas 4 mil habitantes localizado na região do Vêneto. A cidade a 80 km de Veneza é terra natal de um bisavô do presidente.

 

Buoso defendeu que a homenagem não tem motivação política. "Pensei nas pessoas do meu país que migraram para o Brasil e construíram uma vida até chegar à Presidência, levando o nome de Anguillara Veneta para o mundo", disse a prefeita em entrevista à agência de notícias italiana Ansa na semana passada.

 

Questionada sobre os crimes imputados a Bolsonaro pela CPI da Pandemia, a política italiana justificou que não estava ciente das acusações. O relatório final da comissão no Senado brasileiro foi apresentado na última quarta-feira, mesmo dia em que Buoso assinou a proposta.

 

"Não posso entrar na política brasileira. Infelizmente, o momento não foi favorável, até ontem (quarta-feira) eu não sabia [das acusações]",

afirmou. A convocação para que a câmara de vereadores vote a proposta nesta segunda, contudo, segue mantida.


Reação da classe política local


A homenagem provocou indignação em parte da classe política local. A parlamentar Vanessa Camani, integrante da assembleia legislativa regional do Vêneto, lançou uma campanha nas redes sociais contra o título de cidadão a Bolsonaro.

 

"Não à cidadania a um racista, misógino e negacionista", afirma ela, que é membro da direção nacional do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda.

 

"Faz arrepiar a proposta da prefeita de Anguillara Veneta de conferir a cidadania honorária a Bolsonaro, conhecido pelos elogios à ditadura militar, pelo desprezo e ofensas a mulheres e homossexuais, pelas ameaças de prisão aos adversários políticos, ou pelas grotescas acusações contra ONGs pelos incêndios que devastaram a Amazônia", escreveu a deputada no Facebook na semana passada.

 

Na postagem, Camani também condena a "obscena gestão da emergência da Covid-19, que colocou Bolsonaro entre os protagonistas do negacionismo mundial". "Por favor nos explique, prefeita de Anguillara, por qual desses motivos Bolsonaro merece ser cidadão honorário?", ironiza.

 

Em entrevista à imprensa local, a parlamentar afirmou ainda que o líder brasileiro "atrasou o início da campanha de vacinação por meses, promoveu tratamentos sem eficácia comprovada, como a hidroxicloroquina, e mais de uma vez minimizou o perigo do vírus, que tem causado estragos especialmente entre as populações indígenas".

 

Neste domingo (24), Camani publicou uma foto em que aparece ao lado de outros membros do Partido Democrático nas ruas de Anguillara Veneta, onde estiveram, segundo ela, para "reiterar nosso não à cidadania honorária a Bolsonaro".

 

O secretário regional do Partido Democrático, Alessandro Bisato, também se pronunciou sobre a proposta da prefeitura. "Tal como aquele soldado japonês na ilha do Pacífico, sem saber do fim das hostilidades, a administração do município na área de Pádua não entende o declínio do populismo", declarou o político, citado pelo jornal "Il Fatto Quotidiano".

 

"Pior, pressiona pelo reconhecimento público de um político alérgico à democracia e aos direitos civis, um negacionista da Covid-19 e antivacina. Graças à política de Bolsonaro, os brasileiros hoje estão mais pobres, menos seguros e nas garras da Covid", concluiu.



Presidente italiano Sergio Mattarella à direita posando com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro em sua chegada para a reunião no palácio presidencial do Quirinale em Roma, antes da cúpula do G20 - Foto: Quirinale Press Office / AFP

 

Religiosos e ativistas também condenam

 

A homenagem à nomeação também foi alvo de críticas de grupos religiosos e ativistas antibolsonaristas na Itália. Em carta à prefeita de Anguillara Veneta, padres missionários italianos baseados no Brasil se dizem "ofendidos, entristecidos e desconcertados".

 

"Como cidadãos italianos que trabalham no Brasil há anos a serviço do povo brasileiro e da Igreja Católica brasileira (somos missionários, religiosos e 'Fidei

Donum'), nos sentimos profundamente entristecidos e desconcertados. Nós nos perguntamos sobre quais méritos? Como um homem que durante anos, e continuamente, desonra seu país pode receber honra na Itália?", diz o texto.

 

"Jair Bolsonaro é um presidente que está massacrando a vida do povo, especialmente dos mais pobres; ele criou uma política anti-Covid (e ainda continua a fazê-lo) que produziu milhares de mortes, promove a destruição e vende as terras da Amazônia. Como pode um presidente que colabora com a destruição da Floresta Amazônica receber honras em uma nação que luta pela preservação do planeta?", continua a carta.

 

Os padres seguem pedindo, então, que a cidade italiana não conceda o título. "Estamos profundamente ofendidos e exigimos a revogação desta honra. Não a Bolsonaro e sua política violenta e genocida!"


Igreja na cidade natal do bisavô de Bolsonaro - Fonte: visitalymaps.app

Ex-secretária de um campo de concentração nazista de 96 anos foge da Justiça da Alemanha, mas é encontrada horas mais tarde

 Mulher pegou um táxi e foi para uma estação de metrô no dia do início de seu julgamento.

Por Octavio Neto

Fonte: G1.com

30/09/2021

 A Justiça da Alemanha emitiu um pedido de prisão nesta quinta-feira (30) de uma ex-secretária do comando das tropas SS de um campo de concentração em Stutthof que faltou ao começo do seu julgamento —a mulher, de 96 anos, é acusada de ter auxiliado 11 mil homicídios. A acusada foi encontrada no mesmo dia.

 

O juiz do caso, Dominik Gross, disse que a corte emitiu um mandado de prisão contra a mulher quando ela estava desaparecida.

"Um médico vai determinar se pode ser detida, e o tribunal decidirá depois se a ordem de detenção será executada ou não", afirmou a porta-voz do tribunal, Frederike Milhoffer.

 

Ela deixou a casa onde ela vive de táxi na quinta-feira (29) pela manhã e foi a uma estação de metrô na periferia da cidade de Hamburgo, de acordo com informações de Milhoffer.

 

Os promotores afirmam que a mulher era parte de um esquema que auxiliava o funcionamento do campo nazista durante a Segunda Guerra, há mais de 75 anos.

A corte afirmou que antes do processo, a ré supostamente teria ajudado e incitado os responsáveis pelo campo no assassinato sistemático dos presos entre junho de 1943 e abril de 1945 em sua função como estenógrafa e datilógrafa no escritório do comandante do campo.

Como ela tinha menos de 21 anos na época, a mulher, que hoje tem 96, responde a ação em uma corte juvenil. Segundo a mídia alemã, ela se chama Irmgard Furchner.

Julgamento de Irmgard Furchner - Foto: Markus Schreiber/POOL/AFP

 

Ré tentou escapar da prisão dizendo que não tinha saúde

 

Em Jerusalém há uma organização que busca levar nazistas e colaboradores à Justiça chamada Simon Wiesenthal.

 

O líder dessa organização, Efraim Zuroff, disse que antes de fugir a ré havia tentado escapar do julgamento alegando que ela estava em um estado de saúde frágil para comparecer à corte. "Aparentemente, não era bem o caso", disse Zuroff.

 

"Se ela é saudável para fugir, é saudável para ir para a prisão", afirmou ele. A fuga também deve ser levada em conta na hora de decidir qual será a pena, segundo Zuroff.

 

Há jurisprudência estabelecida de condenações de pessoas que trabalharam em campos de concentração como auxiliares que foram condenados, mesmo sem evidência de que eles tenham participado de algum crime específico.

 

Advogado diz que cliente trabalhava lá, mas não sabia dos assassinatos

 

O advogado que a represente disse à revista "Der Spiegel" que tentaria construir o caso na dúvida a respeito da ciência, por parte da ré, das atrocidades que foram cometidas no local de trabalho dela.

 

"Minha cliente trabalhou no meio de homens das tropas SS que tinham experiência com violência, no entanto, isso significa que ela compartilhava o que eles sabiam? Isso não é necessariamente óbvio", disse o advogado Wolf Molkentin.

 

De acordo com outras publicações da mídia, a ré já havia sido interrogada como testemunha durante os julgamentos anteriores e disse na época que o ex-comandante da SS em Stutthof, Paul Werner Hoppe, ditava cartas diárias e mensagens de rádio para ela.

 

Furchner disse que não sabia dos assassinatos que ocorreram no campo enquanto ela trabalhava lá.

 

Mais de 60 mil mortos nesse campo de concentração

 

O campo de Stutthof ficava na Políonia. Era um local para onde os nazistas levavam judeus e alguns poloneses retirados da cidade de Danzig (hoje o nome da a cidade é Gdansk).

 

A partir de 1940, Stutthof foi usado como um "campo de educação para o trabalho" —ou seja, uma prisão onde havia trabalho forçado.

 

Em meados de 1944, dezenas de milhares de judeus de guetos no Báltico e de Auschwitz foram levados ao campo, junto com milhares de civis poloneses presos após a repressão nazista ao levante de Varsóvia.

 

Lá também havia presos políticos, criminosos acusados, pessoas suspeitas de atividade homossexual e Testemunhas de Jeová.

 

Mais de 60 mil pessoas foram mortas no local, recebendo injeções letais de gasolina ou fenol diretamente no coração, ou sendo baleadas ou morrendo de fome. Outros foram forçados a sair no inverno sem roupas até morrerem de exposição, ou foram condenados à morte em uma câmara de gás.

Militares dão golpe de Estado no Sudão e prendem premiê interino do país; manifestantes protestam

Primeiro-ministro Abdallah Hamdok e outras autoridades foram detidas. General que comandava conselho de transição decretou estado de emergência no país e dissolveu o conselho e o governo

Por Octavio Neto

Fonte: G1.com

09/11/2021

 

Militares deram um golpe de Estado no Sudão nesta segunda-feira (25) e prenderam o primeiro-ministro interino, Abdallah Hamdok, e outras autoridades. Em resposta, milhares de pessoas saíram às ruas da capital Cartum e a vizinha Omdurman para protestar contra o golpe militar.

Abdel Fattah al-Burhan, general que chefiava o Conselho Soberano, fez um pronunciamento oficial na TV estatal e anunciou estado de emergência em todo o país e dissolveu o próprio conselho e o governo de transição, que era comandado por Hamdok.

O Conselho Soberano foi criado há dois anos, após a saída de Omar al-Bashir (ditador que caiu em meio a protestos depois de governar por três décadas). Ele era formado por civis e militares que frequentemente discordavam sobre o futuro do país e o ritmo da transição para a democracia.

As prisões, o estado de emergência e a dissolução do conselho ocorrem perto da data em que o general Abdel-Fattah Burhan teria de entregar a liderança do Conselho Soberano a um civil.

Burhan afirmou que disputas entre facções políticas levaram os militares a intervir e que os militares nomearão um governo para comandar o país até as eleições, marcadas para julho de 2023. Mas deixou claro que os militares permanecerão no comando:

“As Forças Armadas continuarão a completar a transição democrática até que a liderança do país seja entregue a um governo civil eleito”, afirmou o general, que também disse que a Constituição do país será reescrita.

Antes mesmo do pronunciamento, milhares de pessoas saíram às ruas de Cartum e Omdurman para protestar contra o golpe, bloquearam vias e incendiaram pneus, enquanto forças de segurança usaram gás lacrimogêneo para dispersá-los

A TV Al-Arabiya diz que várias pessoas ficaram feridas após manifestantes e soldados entrarem em confronto perto de quartéis na capital. Um comitê de médicos local afirma que ao menos 12 pessoas ficaram feridas em confrontos.

O Sudão é o terceiro maior país da África e tem um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo.

População ergue bandeiras do Sudão ao lado de um bloqueio com tijolos durante uma manifestação na capital Cartum, em 25 de outubro de 2021, contra o golpe militar Foto: AFP

Transição interrompida e reação internacional

O local para onde Hamdok foi levado não foi informado, e ministros e membros do Conselho Soberano também foram detidos. O governo já havia sofrido uma tentativa de golpe em 21 de setembro.

A tomada de poder pelos militares é um grande revés para o Sudão, que tentava uma transição para a democracia desde a saída do ditador Omar al-Bashir, que governou entre 1989 e 2019.

O presidente da União Africana pediu em um comunicado que os líderes políticos do Sudão sejam soltos. A ONU, os Estados Unidos e a União Europeia expressaram preocupação com os acontecimentos desta segunda.

Jeffrey Feltman, o enviado especial dos EUA para a região, disse que o governo americano está "profundamente alarmado" com a notícia. Feltman havia se reunido com autoridades sudanesas no fim de semana para tentar resolver a crescente disputa política entre líderes civis e militares.

A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou que o governo dos EUA "rejeita as ações dos militares e pede a libertação imediata do primeiro-ministro e de outros que foram colocados em prisão domiciliar".

O chefe de relações exteriores da União Europeia, Joseph Borrell, afirmou que está acompanhando os eventos no Sudão com "a maior preocupação". Volker Perthes, representante da ONU, afirmou que a entidade está "profundamente

preocupada com relatos de um golpe em curso no Sudão".

 

Aeroporto fechado e TV invadida

 O aeroporto de Cartum foi fechado e os voos foram suspensos, segundo a TV Al-Arabiya. A internet na capital do Sudão foi cortada.

O Ministério da Informação afirmou que militares invadiram a sede da televisão estatal do país, na cidade de Omdurman (na região metropolitana de Cartum), e prenderam funcionários da emissora.

A Associação de Profissionais do Sudão (SPA), principal grupo responsável pelos protestos contra o então ditador Omar al-Bashir, convocou greve geral e desobediência civil contra o golpe militar de hoje.

"Convocamos as massas para que saiam às ruas e as ocupem, fechem todas as estradas com barricadas, façam uma greve geral, não cooperem com os golpistas e usem a desobediência civil para enfrentá-los”, disse o grupo em um comunicado.

 

O Sudão

 

O Sudão é o terceiro maior país da África, depois da Argélia e da República Democrática do Congo, e tem cerca de 42 milhões de habitantes (uma população similar à da Argentina). Sua capital é Cartum, e a religião predominante é o Islã.

É na capital Cartum que os rios Nilo Branco e Nilo Azul se encontram e formam o rio Nilo, que continua seu curso pelo Egito até desaguar no Mar Mediterrâneo.

O país fica entre a África Subsaariana e o Oriente Médio, faz fronteira com sete países (Egito, Líbia, Chade, República Centro-Africana, Sudão do Sul, Etiópia e Eritreia) e tem saída para o Mar Vermelho.

O seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,510, um dos mais baixos do mundo, e seu PIB (Produto Interno Bruto) é de US$ 32 bilhões. A expectativa de vida dos sudaneses é de 65 anos, e quase um quinto da população vive abaixo da linha da pobreza.

Até 2011, o Sudão era o maior país da África e do mundo árabe, mas o Sudão do Sul se separou e se tornou independente após um referendo.

Forças Armadas capturam Dairo 'Otoniel' Usuga, traficante de drogas mais procurado da Colômbia

 Estados Unidos oferecia recompensa de US$ 5 milhões pela ajuda para localizá-lo. Otoniel, de 50 anos, é líder da gangue criminosa Clan del Golfo e também está envolvido com mineração ilegal; governo acusa o grupo de ameaçar e matar líderes comunitários em todo o país

Por Octavio Neto

Fonte: G1.com

30/09/2021

 

Dairo Antonio Usuga, conhecido como Otoniel, o mais procurado traficante de drogas da Colômbia e líder do Clã del Golfo, foi capturado no sábado (23) durante uma operação realizada pelas Forças Armadas do país.

A Colômbia ofereceu uma recompensa de até 3 bilhões de pesos (cerca de US$ 800 mil) por informações sobre o paradeiro de Otoniel, enquanto o governo dos Estados Unidos ofereceu uma recompensa de US$ 5 milhões pela ajuda para localizá-lo.

Depois de passagens como guerrilheiro de esquerda e depois paramilitar, Otoniel, de 50 anos, se tornou o líder da gangue criminosa Clan del Golfo, ou Gulf Clan, um grupo de narcotraficantes.

O Clã del Golfo tem cerca de 1.200 homens armados – a maioria ex-membros de paramilitares de extrema direita – e está presente em 10 das 32 províncias da Colômbia.

As autoridades colombianas lançaram a Operação Agamenon em 2016 enquanto trabalhavam para cercar Otoniel, matando e capturando dezenas de seus tenentes, perseguindo suas finanças e forçando-o a estar constantemente em movimento, segundo a polícia.

Em 2017, foi publicado um vídeo em que Otoniel anunciava sua intenção de se submeter à justiça, mas o plano nunca se concretizou.

Em março, a polícia colombiana e a Agência Antidrogas dos Estados Unidos capturaram a irmã de Otoniel, Nini Johana Usuga, que foi extraditada para os Estados Unidos para enfrentar acusações de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Além do tráfico de drogas, Clan del Golfo está envolvido com mineração ilegal, dizem as autoridades, enquanto o governo acusa o grupo de ameaçar e matar líderes comunitários em todo o país.


Dairo ‘Otoniel’ Usuga, líder do Clan del Golfo, ao lado de soldados colombianos após ser capturado em Necocli, no sábadoFoto: Colombia’s Military Forces/Handout via Reuters


quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Talibã anuncia governo provisório do Afeganistão; primeiro escalão é todo de velha guarda do grupo extremista

Por enquanto, todos os membros do primeiro escalão do governo do Afeganistão são talibãs. O ministro do interior está na lista de pessoas sancionadas pelos EUA

 

Por Octavio Neto

Fonte: g1.globo.com

Em: 07/09/2021

 

O Talibã anunciou, nesta terça-feira (7/09/2021), os nomes do governo provisório no Afeganistão —a maior parte dos ministros é de antigos membros do grupo extremista.

 O primeiro-ministro interino será o mulá Hasan Akhund, que já tinha sido o líder do governo talibã entre 1996 e 2001, antes do regime ser deposto por forças militares lideradas pelos Estados Unidos logo após os ataques do 11 de setembro.

Um dos vices será o mulá Abdul Ghani Baradar, que foi o principal negociador do Talibã no acordo com o governo americano para a retirada dos militares do país.

Sirajuddin Haqqani, o novo ministro do Interior, é filho do fundador da rede Haqqani, um grupo terrorista que é um dos homens mais procurados dos EUA por seu envolvimento com ataques suicidas.

O mulá Mohammad Yaqoob será o novo ministro da Defesa. Ele é filho do mulá Omar, um dos fundadores do Talibã.

 


O mulá Abdul Ghani Baradar, no centro, em Moscou, em março de 2021 
Imagem: g1.globo.com


Todos do Talibã

Por enquanto, não há nenhum membro do primeiro escalão que não seja do Talibã. Essa é uma das exigências da comunidade internacional.

O anúncio dos nomes que vão compor o governo foi feito pelo porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid.

O anúncio foi adiado durante dias porque o Talibã aguardava a resolução do conflito no Vale do Panjshir — era a última província que o grupo não tinha conseguido capturar. Houve dois adiamentos da revelação de quem seriam os líderes de governo.

Horas antes da revelação dos nomes, houve um protesto em Cabul, na frente da embaixada do Paquistão (os manifestantes reclamavam de uma suposta interferência paquistanesa na política afegã).

Os talibãs que estavam no local deram tiros para o ar para dispersar o protesto. Eles também prenderam jornalistas que estavam no local.

Na segunda-feira, o Talibã anunciou que dominou a província de Panjshir, a última que não havia controlado ainda.

 

Grupo afirma que vai permitir que afegãos deixem o país

 

O Talibã prometeu novamente ao governo dos EUA que permitirá a saída do país dos afegãos que assim desejarem, afirmou o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, que visita o Catar.

Líderes do movimento islamita afirmaram que "permitirão que as pessoas com os documentos de viagem partam de maneira livre", disse Blinken em uma entrevista coletiva.

O governo do presidente Joe Biden é pressionado por informações, algumas delas confusas, sobre pessoas com passaporte americano que estão bloqueadas no aeroporto de Mazar-i-Sharif, norte do Afeganistão, segundo uma ONG americana.

Partido de Angela Merkel cai ainda mais em pesquisas, e líder pede apoio a conservadores

 Merkel tenta vincular o partido que lidera as pesquisas, o Social-Democrata, à esquerda

 

Por Octavio Neto

Fonte: g1.globo.com

Em: 07/09/2021

 

Uma pesquisa de intenção de voto na Alemanha mostra que o partido de Angela Merkel, a União Democrata Cristã (CDU) caiu para 19%, de acordo com dados da consultoria Forsa.

O principal rival da CDU, o partido Social-Democrata (SPD) tem 25% das intenções de voto. As eleições gerais acontecem no dia 26 de setembro.

O Partido Verde está em terceiro, com 17%. O Partido Liberal, chamado de Democratas Livres, tem 13%.

Merkel fez um apelo para que os eleitores apoiem seu candidato, Armin Laschet nesta terça-feira (7). Para isso, ela tentou vincular o SPD, que lidera as pesquisas, ao partido da esquerda tradicional, o Die Linke: "Os cidadãos têm uma escolha em alguns dias: ou um governo que aceita o apoio do partido (de extrema-esquerda) Linke com o SPD e os Verdes, ou ao menos não o exclui, ou um governo federal liderado pela CDU e a CSU com Armin Laschet como chanceler – um governo federal que leve nosso país ao futuro com moderação", disse Merkel a parlamentares da câmara baixa do Parlamento. Esse foi, provavelmente, seu último discurso na casa.

O SPD só conseguiu liderança nas pesquisas no mês passado. Assim, há uma grande incerteza a respeito da eleição que determinará o rumo futuro da Alemanha, a maior economia da Europa e seu país mais populoso, depois de 16 anos da liderança firme de centro-direita de Merkel.

 

Angela Merkel ao lado de Armin Laschet no Congresso da Alemanha, em 7 de setembro de 2021 
Imagem: g1.globo.com

Conservadores tentam vincular SPD à esquerda

 Depois de perderem a dianteira nas pesquisas, os conservadores estão contando cada vez mais com alertas sobre uma guinada para a esquerda em uma coalizão liderada pelo SPD para tentar ressuscitar sua campanha em apuros.

Na segunda-feira, o Die Linke se apresentou como aspirante a parceiro de coalizão ao SPD e aos Verdes.

O candidato a chanceler do SPD, Olaf Scholz, vem se distanciando do Linke, e diz que o partido é inadequado para um governo enquanto não se comprometer claramente com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma parceria transatlântica com os Estados Unidos e finanças públicas sólidas.

Merkel disse que Laschet, o seu candidato, lideraria um governo que defende "estabilidade, confiabilidade, moderação e o meio-termo – e é exatamente isto que a Alemanha precisa".

Mas a promessa de "constância" de Laschet não está ecoando em eleitores preocupados com a mudança climática, a imigração e a pandemia de Covid-19.

Falando depois de Merkel, Scholz disse à câmara baixa do Parlamento: "Um novo começo é necessário, e espero e estou certo de que triunfará".

Proposta de homenagem a Bolsonaro gera polêmica na Itália

Presidente pode receber título de cidadão honorário de vilarejo italiano onde nasceu seu bisavô. Mas políticos locais, religiosos e ativista...