quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Talibã anuncia governo provisório do Afeganistão; primeiro escalão é todo de velha guarda do grupo extremista

Por enquanto, todos os membros do primeiro escalão do governo do Afeganistão são talibãs. O ministro do interior está na lista de pessoas sancionadas pelos EUA

 

Por Octavio Neto

Fonte: g1.globo.com

Em: 07/09/2021

 

O Talibã anunciou, nesta terça-feira (7/09/2021), os nomes do governo provisório no Afeganistão —a maior parte dos ministros é de antigos membros do grupo extremista.

 O primeiro-ministro interino será o mulá Hasan Akhund, que já tinha sido o líder do governo talibã entre 1996 e 2001, antes do regime ser deposto por forças militares lideradas pelos Estados Unidos logo após os ataques do 11 de setembro.

Um dos vices será o mulá Abdul Ghani Baradar, que foi o principal negociador do Talibã no acordo com o governo americano para a retirada dos militares do país.

Sirajuddin Haqqani, o novo ministro do Interior, é filho do fundador da rede Haqqani, um grupo terrorista que é um dos homens mais procurados dos EUA por seu envolvimento com ataques suicidas.

O mulá Mohammad Yaqoob será o novo ministro da Defesa. Ele é filho do mulá Omar, um dos fundadores do Talibã.

 


O mulá Abdul Ghani Baradar, no centro, em Moscou, em março de 2021 
Imagem: g1.globo.com


Todos do Talibã

Por enquanto, não há nenhum membro do primeiro escalão que não seja do Talibã. Essa é uma das exigências da comunidade internacional.

O anúncio dos nomes que vão compor o governo foi feito pelo porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid.

O anúncio foi adiado durante dias porque o Talibã aguardava a resolução do conflito no Vale do Panjshir — era a última província que o grupo não tinha conseguido capturar. Houve dois adiamentos da revelação de quem seriam os líderes de governo.

Horas antes da revelação dos nomes, houve um protesto em Cabul, na frente da embaixada do Paquistão (os manifestantes reclamavam de uma suposta interferência paquistanesa na política afegã).

Os talibãs que estavam no local deram tiros para o ar para dispersar o protesto. Eles também prenderam jornalistas que estavam no local.

Na segunda-feira, o Talibã anunciou que dominou a província de Panjshir, a última que não havia controlado ainda.

 

Grupo afirma que vai permitir que afegãos deixem o país

 

O Talibã prometeu novamente ao governo dos EUA que permitirá a saída do país dos afegãos que assim desejarem, afirmou o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, que visita o Catar.

Líderes do movimento islamita afirmaram que "permitirão que as pessoas com os documentos de viagem partam de maneira livre", disse Blinken em uma entrevista coletiva.

O governo do presidente Joe Biden é pressionado por informações, algumas delas confusas, sobre pessoas com passaporte americano que estão bloqueadas no aeroporto de Mazar-i-Sharif, norte do Afeganistão, segundo uma ONG americana.

Partido de Angela Merkel cai ainda mais em pesquisas, e líder pede apoio a conservadores

 Merkel tenta vincular o partido que lidera as pesquisas, o Social-Democrata, à esquerda

 

Por Octavio Neto

Fonte: g1.globo.com

Em: 07/09/2021

 

Uma pesquisa de intenção de voto na Alemanha mostra que o partido de Angela Merkel, a União Democrata Cristã (CDU) caiu para 19%, de acordo com dados da consultoria Forsa.

O principal rival da CDU, o partido Social-Democrata (SPD) tem 25% das intenções de voto. As eleições gerais acontecem no dia 26 de setembro.

O Partido Verde está em terceiro, com 17%. O Partido Liberal, chamado de Democratas Livres, tem 13%.

Merkel fez um apelo para que os eleitores apoiem seu candidato, Armin Laschet nesta terça-feira (7). Para isso, ela tentou vincular o SPD, que lidera as pesquisas, ao partido da esquerda tradicional, o Die Linke: "Os cidadãos têm uma escolha em alguns dias: ou um governo que aceita o apoio do partido (de extrema-esquerda) Linke com o SPD e os Verdes, ou ao menos não o exclui, ou um governo federal liderado pela CDU e a CSU com Armin Laschet como chanceler – um governo federal que leve nosso país ao futuro com moderação", disse Merkel a parlamentares da câmara baixa do Parlamento. Esse foi, provavelmente, seu último discurso na casa.

O SPD só conseguiu liderança nas pesquisas no mês passado. Assim, há uma grande incerteza a respeito da eleição que determinará o rumo futuro da Alemanha, a maior economia da Europa e seu país mais populoso, depois de 16 anos da liderança firme de centro-direita de Merkel.

 

Angela Merkel ao lado de Armin Laschet no Congresso da Alemanha, em 7 de setembro de 2021 
Imagem: g1.globo.com

Conservadores tentam vincular SPD à esquerda

 Depois de perderem a dianteira nas pesquisas, os conservadores estão contando cada vez mais com alertas sobre uma guinada para a esquerda em uma coalizão liderada pelo SPD para tentar ressuscitar sua campanha em apuros.

Na segunda-feira, o Die Linke se apresentou como aspirante a parceiro de coalizão ao SPD e aos Verdes.

O candidato a chanceler do SPD, Olaf Scholz, vem se distanciando do Linke, e diz que o partido é inadequado para um governo enquanto não se comprometer claramente com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma parceria transatlântica com os Estados Unidos e finanças públicas sólidas.

Merkel disse que Laschet, o seu candidato, lideraria um governo que defende "estabilidade, confiabilidade, moderação e o meio-termo – e é exatamente isto que a Alemanha precisa".

Mas a promessa de "constância" de Laschet não está ecoando em eleitores preocupados com a mudança climática, a imigração e a pandemia de Covid-19.

Falando depois de Merkel, Scholz disse à câmara baixa do Parlamento: "Um novo começo é necessário, e espero e estou certo de que triunfará".

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